18.2.09

Perfeito/Perfect
























A Terra não é redonda. Pelo menos não perfeitamente. É cheia de deformidades, toscamente falando. Simetria geométrica é algo difícil de achar na natureza, senão impossível. A perfeição como entendemos é algo que nós mesmos criamos. Engraçado vindo de um ser perfeitamente imperfeito(se confrontados com nossa própria definição de
perfeito). Totalmente dependentes uns dos outros, de comida, de abrigo... Ás vezes dependemos de alguém que dependa de nós para que nos sintamos completos. E será que ser completo é realmente quando preenchemos todas as lacunas, tapando todos os buracos? E quando isso ocorre dentro do mesmo ponto? Quando preenchemos lacunas com nós mesmos? É quando olhamos para dentro tentando entender lá fora... Espécie de espelho... Egoísmo? Quase como que ao perder um pedaço de si se tentasse ocupá-lo com o que sobrou. Uma perfeição encontrada nela mesma, sem desvios, sem desperdícios. Não uma reciclagem, mas algo como aproveitamento de tudo que há e não do que restou. Um espelho interno. Onde o único reflexo é você ou o que você quiser que seja, porque você manda. Dessa experiência coisas nascem, coisas vivas, dotadas de autonomia que você não havia projetado antes... Nascendo de suas mãos em movimento, que preenchem as lacunas e removem pedaços. Uma dança simétrica que envolve o olhar, que prende a percepção. Apesar de usar-se de você mesmo, outro olha de volta. Afinal... Não somente Deus cria. Se Ele do nada ele criou, nós usamos o próprio nada para compreender tudo que há... E que isso não seja muito difícil, ou loucura demais, para entender...

É só olhar no espelho. E algo olhará de volta.


Nenhum comentário: