Meio II

No meio permaneço
Pisar incerto
O chão queima
O céu respira

Pressionado por dois espaços
O meio explode
Aqui permaneço
Na incerteza de olhar
Acima e abaixo

Uma chama em meus pés
Brisa em meus ouvidos
Grito pra todo mundo ouvir
Mas você não está aqui

Onde estão as frágeis colunas
Que sustentam
Esse teto de nuvens?
O fim
Quando eu afundar onde meus pés queimam

A procura de um chão seguro
cada passo dói, consome
De onde estou só vejo
lascas, pedaços de cima e de baixo

Pois me aprofundar
Só posso no meio
Um caminho que não conheço fim
Trilha de cinzas em meus pés

Sustentado, envolto
Por um céu sem colunas
E um chão ameaçante em me engolir
Caminho pra frente

Pois no meio estou
E aqui permaneço
Qualquer caminho
É pra frente