18.4.09

Meio

Chama que arde sem queimar
Fogo que queima sem doer
Vontade que consome sem acabar
Pavil sem fim

Caminho trilhado sem começo
Meu passo é incerto
Incerteza em começar
Segurança que um dia acaba
Insegurança em escolher

Trilhar
No meio caminhar
Para um fim procurar
Mais uma vez sem saber
Se o fim está no querer

Arder
Querer queimar
Para a vontade compensar
Consumindo
Inflamar
Minha matéria acabar
Certo de que ainda não terminou

Pois não conheço um início
E não vejo um fim
Negativas que me cercam
incertezas novamente

Sem matéria não existo
Mas permaneço
Uma vontade que queima
E não conhece fim

Pois estou no meio
E aqui permaneço
Algo que não vi
Mas não esqueço
Apenas sei

O pavio já foi aceso
O caminho está sendo percorrido
Sem exitar
Uma trilha de cinzas constante

Apenas uma ponta,
Faísca
Trêmulo brilho aceso
Mergulhado em algum lugar
Incerteza em qual

Estou às cegas,
Estou no meio.
Aqui permaneço
Aqui queimo

A vontade consome e não acaba
O fogo corrói e me queima, sem destruir
Sem arder, sem doer
Me desfaço em cinzas
Mas ainda não acabou

Pois não conheço
Não vejo um fim
Estou no meio.
Aqui permaneço
Gritando para quem queira ouvir
E se alguém houver
Que no meio estou

E não permaneço sozinho

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